terça-feira, 8 de setembro de 2009

A posição de Israel na geopolítica internacional.

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Há três semanas escrevi sobre o Mar Morto e na ocasião prometi outras postagens sobre Israel. Hoje estou cumprindo a promessa com uma análise pessoal sobre a posição desse peculiar país na geopolítica mundial.
Israel possui aparências distintas de acordo com aquele que o vê. Pela visão ocidental é o aliado, visto com compaixão ou até certo sentimento de paternidade por aqueles que o criaram após as duas grandes guerras. Nos holofotes, tido como grande potência bélica e respeitado país no cenário geopolítico do Oriente Médio, mas no apagar das luzes temos um lar judeu, visto pelas grandes potências como objeto de caridade àquela antiga “nação sem estado”.
Fato é que seus vizinhos não compartilham de nenhuma dessas duas opiniões, classificando o país como objeto de exploração do ocidente, que estaria usando seus amigos judeus para conseguirem explorar econômico e etnicamente a região. Entendam por etnicamente a pura e simples vontade de aniquilação da cultura árabe. Claro, essa é a visão dos próprios árabes.
Até agora não citei os aspectos religiosos desse litígio, e não é por acaso. Dizem que nem sempre os últimos são os menos importantes, mas nesse caso é exatamente esse o motivo pelo qual a questão religiosa será citada apenas no final do texto.
Antes, para que possamos entender melhor essa paradoxal relação de Israel com o mundo exterior, façamos um quadro comparativo. Israel é um país único, com etnia e religião judaicas, tendo o ocidente como aliado e localizado em uma região de históricos e crescentes conflitos religiosos. Segundo a Torá, a antiga Canaã, hoje Israel, seria sua “terra prometida”, ou seja, a atual ocupação desse território decorre, segundo a própria visão deles, de um direito divino do povo hebreu.
Cercando Israel temos países de etnias árabes e persas, com religião predominantemente muçulmana e que muito antes da criação do Estado de Israel já ocupavam aquela região, como é o caso dos palestinos.
O fator religião então surge apenas como um agravante nos conflitos, pois o fanatismo de muitos grupos islâmicos radicais, palestinos ou de países vizinhos como Líbano e Jordânia, provocam os conhecidos ataques terroristas, que o enfraquecimento ou até extermínio do inimigo "ocidental".
Vê-se portanto um grande imbróglio regional, onde é muito difícil dar razão a qualquer um dos lados, pois cada um tem seus motivos e ideologias que devem ser compreendidos e respeitados.
Em qualquer livro de geografia é possível encontrar o histórico das disputas que envolvem o território do Estado de Israel, mas muitos autores se esquecem de citar as reais causas desses conflitos, de intolerância étnica e religiosa, mas principalmente territoriais. Numa visão humanista, pode-se dizer que ambos teriam direito a ocupação dessas terras, o que, aliás, tem sido considerado pela ONU nos últimos anos, em diversas tentativas de repartição do Estado de Israel. Mas, na realidade a comunidade internacional está muito longe de compreender a real situação desses povos e por isso não é a mais indicada para efetuar essa divisão de terras.